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Mesmo com crescimento em volume, exportações gaúchas recuam em valor no semestre

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Tomás Torezani, Martinho Lazzari (Diretor Técnico da FEE), Juarez Meneghetti (Centro de Indicadores Econômicos e Sociais)
Tomás Torezani, Martinho Lazzari (Diretor Técnico da FEE), Juarez Meneghetti (Centro de Indicadores Econômicos e Sociais) - Foto: FEE/Divulgação

As exportações gaúchas somaram US$ 7,7 bilhões no 1º semestre de 2016, um recuo de US$ 349,9 milhões em relação ao mesmo período de 2015. Apesar de ter sido embarcado o maior volume para o exterior de toda a série histórica (11,6 milhões de toneladas), iniciada em 1989, o crescimento não foi o suficiente para compensar a retração dos preços dos produtos exportados, afetando negativamente as receitas exportadoras do RS, que foram as mais baixas desde 2010. Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (26) pelo Núcleo de Dados e Estudos Conjunturais da Fundação de Economia e Estatística (FEE).

Tomás Amaral Torezani, pesquisador em Economia da FEE, explica o aumento recorde do volume embarcado lembrando que “além do incremento da demanda dos principais importadores dos produtos gaúchos, a forte contração do mercado doméstico e, em certa medida, o processo de depreciação do real frente ao dólar, também contribuíram para o crescimento nos embarques em 2016”.

O desempenho gaúcho foi semelhante ao brasileiro. Ao término do primeiro semestre, o RS ocupa o 5º lugar no ranking nacional, ultrapassando o Rio de Janeiro (em função da redução do preço do petróleo), mas sendo superado por Mato Grosso (pela forte elevação das vendas de soja e milho em grãos) e Paraná (pelo crescimento das vendas de soja em grão).

O recuo de US$ 349,9 milhões nas receitas exportadoras do RS resulta da queda de receitas nas vendas de produtos básicos e manufaturados, enquanto as de semimanufaturados aumentaram. Em termos de volume, todos os grupos de produtos registraram elevação.

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A soja em grão foi o principal produto exportado pelo RS no período. Tomás Torezani pontua que “a soja em grão registrou recorde histórico em 2016 de volume embarcado para um 1º semestre (5,1 milhões de toneladas), na esteira da supersafra do ano, dos massivos embarques para a China e do crescimento das vendas para o Irã e Paquistão”. Apesar disso, “a receita auferida em dólar foi a menor dos últimos quatro anos, por conta do arrefecimento do preço do grão ao longo desse período”, pondera. Além da oleaginosa, os outros principais produtos exportados foram o fumo em folhas (7,2%), polímeros plásticos (6,9%), carne de frango (6,8%) e farelo de soja (5,2%).

Já em volume, 52 dos 307 produtos exportados pelo RS registram recordes no primeiro semestre. Torezani esclarece que “um destaque positivo é o contínuo crescimento das vendas de celulose, decorrente do aumento da capacidade produtiva da Celulose Riograndense, em Guaíba, que foi quadruplicada, além do recorde de vendas para China e para outros 17 países”. Outro destaque positivo no período foi a venda de automóveis e de polímeros plásticos. “A exportação de automóveis cresceu em função do estabelecimento de novos acordos automotivos no âmbito nacional, com recuperação de vendas para Argentina e início de embarques para a Colômbia. A elevação da venda dos polímeros plásticos ocorreu pelo crescimento da demanda de países como Estados Unidos, Bélgica, Argentina e Chile”, explica Torezani.

A China é o principal destino das exportações gaúchas, absorvendo um quarto das vendas (25,9%). Mesmo com o recuo nas vendas de soja em grão para a China em 2016 (de US$115,2 milhões e de 153,7 mil toneladas), a venda do grão para o País representou 21% das exportações totais do RS, no primeiro semestre.

Texto: Anelise Rublescki/Núcleo de Imprensa - FEE

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