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Oficina do projeto Futuro RS debate inovação para a indústria de transformação

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César Conceição (FEE), Silvio Antônio Ferraz Cário (UFSC), Ricardo Felizzola (Fiergs) e Paulo Antonio Zawislak (UFRGS)
César Conceição (FEE), Silvio Antônio Ferraz Cário (UFSC), Ricardo Felizzola (Fiergs) e Paulo Antonio Zawislak (UFRGS) - Foto: Arthur Ruschel/Ascom-Seplan

Alternativas de dinamização da Indústria de Transformação e o papel da inovação foi o tema da segunda oficina do projeto Futuro RS, realizada nesta quarta-feira (23), no auditório da Secretaria do Planejamento, Mobilidade e Desenvolvimento Regional (Seplan).

O projeto tem como objetivo construir uma agenda de desenvolvimento para o Estado no horizonte de 2040. Na abertura do encontro, o secretário do Planejamento, Mobilidade e Desenvolvimento Regional, José Reovaldo Oltramari, destacou a importância de o Estado encontrar caminhos verdadeiros e factíveis para construir um futuro melhor para as pessoas que vivem no RS.

A indústria da transformação tem perdido espaço na economia brasileira e gaúcha. A participação do setor no PIB nacional caiu de 19% para 11% em uma década, sendo que a queda da indústria gaúcha foi de 30%.

O professor da Escola de Administração da UFRGS Paulo Antonio Zawislak apresentou estudo que mostra que a taxa de inovação das empresas do RS é de 42%, acima da média nacional, que fica em 35%, mas muito abaixo de líderes tecnológicos como a Alemanha (83%) e a própria União Européia (60%). Ele destacou que 90% da indústria de transformação estabelecida no Estado é formada por micro e pequenas empresas que contam com até 19 funcionários. "É preciso incentivar a economia criativa no Rio Grande do Sul, aproveitando a vocação e o potencial existentes nos setores tradicionais", destacou Zawislak.

Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) e presidente do Conselho de Qualidade do Programa Estadual de Produtividade (PGQP), Ricardo Felizzola, a inovação é um fenômeno econômico, e não tecnológico, e depende da aceitação dos mercados e o estímulo ao empreendedorismo. "A inovação se dá no mercado, mas ela precisa de ambiente para acontecer", disse. Ao sugerir políticas de Estado que propiciem ambientes para inovação, Felizzola destacou a importância da qualificação do Ensino Fundamental. Na visão do empresário, a gestão das escolas precisa evoluir para formar uma geração de trabalhadores mais preparados e com nível de excelência.

O professor da Universidade Federal de Santa Catarina Silvio Antônio Ferraz Cário abordou a importância do setor industrial e o quanto vem perdendo participação no cenário mundial. Destacou que para pensar a indústria no RS não é possível desconsiderar o cenário brasileiro e o cenário mundial. "A indústria promove condições de crescimento e não apenas economias estáticas, mas também economias dinâmicas ao incorporar tecnologias. Além disso, o setor industrial representa geração de conhecimento e geração de renda", afirmou.

O economista enfatizou que as condições para reverter o jogo e melhorar a situação da indústria devem ser criadas no presente. Cário propôs uma retomada do planejamento, com foco nos problemas atuais e no processo de construção desses problemas para a elaboração de uma visão de longo prazo. A exemplo dos países desenvolvidos, o setor industrial precisa de estratégias. "É essencial observar o que ocorre na indústria em nível mundial: como produzem, inovação, insumos", disse.

A oficina contou com a participação também de representantes de universidades (UFRGS, UFPEL, Unisinos, Uri, Unipampa, Univates e Uergs), além de integrantes da Fiergs, do Badesul, da Fundação de Economia e Estatística (FEE) e de setorialistas da Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia.


Futuro RS

O projeto Futuro RS tem como objetivo apresentar uma agenda de desenvolvimento para o Estado que seja propositiva, para o horizonte de 2040. Ele foi lançado em 18 de outubro pelo governo estadual e é coordenado pela Secretaria do Planejamento, Mobilidade e Desenvolvimento Regional.

Ao longo de oito oficinas, haverá debates com o foco em encontrar soluções para temas estratégicos, são eles: o envelhecimento da população gaúcha e as consequências para as políticas públicas de educação e saúde; o aumento da produtividade agropecuária; os gargalos de infraestrutura; a dinamização da indústria de transformação; o desenvolvimento regional e equilíbrio territorial; o futuro das cidades e a sustentabilidade; o uso de tecnologias na segurança; e as finanças públicas.

Com os debates das oficinas serão elaborados Cadernos de Futuro com propostas, que deverão ser validadas no Governo e debatidas com a sociedade.

Texto: Fabíola Bach/Ascom-Seplan

 

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