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Rio Grande do Sul terá pesquisa inédita sobre avanço do novo coronavírus

Estudo mobiliza rede de universidades federais e será replicado em todo país no combate ao Covid-19

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Ideia surgiu nas discussões internas do Comitê de Análise de Dados sobre a pandemia, comandado pela secretária Leany Lemos
Ideia surgiu nas discussões internas do Comitê de Análise de Dados sobre a pandemia, comandado pela secretária Leany Lemos - Foto: Vinícius Ximendes Ascom/Seplag
Por ASCOM/SEPLAG

Uma iniciativa do governo do Estado pretende estimar, com base científica, o percentual da população gaúcha infectada pelo Convid-19 e o ritmo de avanço da pandemia no Rio Grande do Sul. Trata-se de um estudo inédito, a partir de amostragens epidemiológicas sequenciais, e que permitirá identificar a prevalência da doença por regiões, o contingente de pessoas atingidas pelo novo coronavírus mas que não apresentam sintomas e projetar incidência de casos mais graves e até o grau de letalidade da doença.

Quando os primeiros resultados surgirem, o estudo será uma das principais referências ao governo gaúcho na definição de estratégias de enfrentamento da pandemia. “Todas as medidas que adotamos até o momento sempre tiverem a ciência como base. Agir diferente disso representa colocar a vida em risco. Essa pesquisa nos trará um cenário de prevalência do Covid-19 ainda sem similar e será fundamental para os próximos passos”, salientou o governador Eduardo Leite.

Sob a coordenação do reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Curi Hallal, o trabalho da epidemiologia do Covid-19 mobiliza um grupo de especialistas de outras quatro universidades federais do RS. A ideia surgiu nas discussões internas do Comitê de Análise de Dados sobre a pandemia, instituído há poucos dias pelo governador, e que tem no comando a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), Leany Lemos. O Comitê reúne pesquisadores do Departamento de Economia e Estatística (DEE/Seplag), técnicos da própria Secretaria e de outros setores do governo, além de colaboradores externos, em particular das principais universidades e hospitais.

A secretária explicou que este time já vinha oferecendo estudos e indicadores para avaliação do governo, a partir da situação do coronovírus em outros estados e países e dos primeiros diagnósticos no RS. “Conseguimos projetar alguns cenários, mas que agora, com essa testagem amostral na população, será possível  identificar focos e fazer políticas de contenção social. Teremos evidências inéditas e que serão importantes para dimensionarmos as reias necessidades do sistema de saúde”, acentuou Leany.

Pesquisa de campo

A primeira roda de aplicação dos testes por amostragem deve ocorrer nos próximos dias, tão logo cheguem ao estado os kits disponibilizados pelo Ministério da Saúde. Conforme detalhou o reitor da UFPel, serão 4.500 coletas a cada uma das quatro pesquisas de campo prevista pelo estudo (com intervalo de duas semanas entre cada uma delas).  Doutor em Epidemiologia, Hallal observou que o perfil do trabalho permitirá conhecer os primeiros resultados sobre a prevalência do Covid-19 na população dois dias após a aplicação dos testes. "Ao conhecermos a proporção de infectados e a velocidade de expansão da doença, poderemos recomendar estratégias para os serviços de saúde baseadas em dados reais, da nossa própria população. É algo que todos os governos, locais, regionais e nacionais precisam nesse momento. O RS servirá de exemplo para outras regiões, certamente", destacou o reitor.

Além de confirmar a liberação extra de 20 mil testes para viabilizar a pesquisa no RS, o Ministério da Saúde pretende levar a experiência inédita para outros estados brasileiros. A pesquisa reúne também equipes das Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), Universidade de Caxias do Sul (UCS), IMED e Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS/Passo Fundo).

Diante da impossibilidade material de testar a população em geral (atualmente os diagnósticos são realizados em casos de internação), o estudo de prevalência da doença é um mecanismo seguro para estimar o percentual de infectados a partir de testes em pessoas selecionadas. Ao mesmo tempo, permitirá com maior grau de acerto estimar a taxa de letalidade do Covd-19, o que certamente será determinante nas próximas decisões sobre o confinamento ou não ao longo das próximas semanas. Até o momento, o RS registra oficialmente 241 casos confirmados pelo último boletim da Secretaria Estadual da Saúde, com três óbitos por conta do coronavírus.

O estudo já conta com o apoio de parceiros privados: Unimed Porto Alegre, Instituto Cultural Floresta, também da capital, e do Instituto Serrapilheira, do Rio de Janeiro.

Serviço

Epidemiologia do Covid-19 no Rio Grande do Sul: estudo de base populacional e validação de testes diagnósticos

Objetivos Principais

  •  Estimar o percentual de pessoas infectadas no RS através de inquéritos epidemiológicos sequenciais
  •  Conhecer a  evolução (velocidade) que o coronavírus vem se alastrando
  •  Identificar o percentual da população que é assintomática (não manifesta sintomas da doença)
  •  Auxiliar o governo do Estado e demais organismos na definição das estratégias de enfrentamento da pandemia de COVID-19

Quais as regiões onde a pesquisa será aplicada 

A partir de critérios do perfil populacional (IBGE), a pesquisa de campo será em oito regiões intermediárias: Pelotas, Santa Maria, Uruguaiana, Ijuí, Passo Fundo, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul/Lajeado e na Grande Porto Alegre.

Quantos testes serão aplicados

Serão ao todo 18 mil testes, divididos em quatro rodadas a serem implementadas com intervalo de duas semanas, com coletas nas residências. A cada etapa, novas pessoas serão diagnosticadas.

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