A atuação das chefias em tempos de covid-19 foi uma das ênfases da live Saúde mental no ambiente de trabalho: reflexões, acolhimento, luto, exibida na tarde desta sexta-feira (16/4), por iniciativa do Departamento de Perícia Médica e Saúde do Trabalhador (Dmest), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). Destinada a departamentos de Recursos Humanos (RHs) dos órgãos e secretarias do governo estadual, a apresentação foi conduzida por Eliane Carvalho, chefe de equipe psicossocial do Dmest; Nathalie Maciel e Priscila Nassif da Silva, psicólogas do Dmest, e pela diretora do departamento, Carla Bravo.

“Não somos máquinas, não somos iguais”, lembrou Eliane, quando destacou a necessidade de que as chefias estejam atentas ao fato de que diferentes pessoas são afetadas e respondem de formas diversas a situações estressantes e, por isso, a aceitação, sem culpabilizar, é fundamental. Assistente social, mestre em educação e especialista em Saúde Pública, a psicóloga alertou: nem chefia nem colegas devem fazer diagnósticos, reservados a psicólogos ou psiquiatras, mas é possível sugerir a busca de ajuda. ”Um ambiente psicologicamente seguro garante a inclusão e promove resultados”, destacou.

O Dmest elaborou duas cartilhas sobre o assunto, uma destinada aos servidores com suspeita ou confirmação da doença e a outra às chefias, para que preparem as equipes de trabalho, antecipando-se a problemas e já criando um ambiente de promoção à saúde mental. Nathalie Maciel, que está se especializando em Neurociência do Desenvolvimento Humano, lembrou que a pandemia, inicialmente sanitária, hoje também se constitui como psiquiátrica, e a falta de previsão quanto ao fim do perigo piora a ansiedade. “O fator humano que nos vulnerabiliza é o mesmo que nos ampara”, acrescentou. Se acolhemos nossos medos, falhas e maus momentos, podemos ser mais tolerantes também com as demais pessoas.

Mestre em Psicologia Clínica e especialista em Teoria, Pesquisa e Intervenção em Luto, Priscila Nassif da Silva orientou sobre como tratar o colega enlutado: expressar sentimentos, oferecer ajuda e companhia, não fazer perguntas específicas e, no caso de chefias, combinar rotinas mais leves ou mesmo sugerir afastamento temporário, quando se tratar de enlutados em cargos de alta pressão. A psicóloga citou ainda atitudes que não ajudam, como fingir que nada aconteceu, parar de rir ou de conversar na presença de quem está de luto, comparar perdas, evitar o enlutado, repetir clichês como “bola pra frente”, “seja forte”, “vai passar”.

_{Texto: Ascom/SPGG}