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Palestrante defende empreendedorismo no serviço público

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A palestra é uma das iniciativas do Projeto Gestão de Ativos, do Departamento de Administração dos Recursos Humanos, e foi abe - Foto: Ascom/Smarh

Cerca de quarenta servidores aplaudiram, na manhã desta sexta-feira (15 de abril), a professora Janaína Carneiro da Silva, após ouvirem com atenção a palestra “Atitude empreendedora no serviço público: limites e possibilidades”. Janaína falou com entusiasmo por mais de uma hora, antecipando questionamentos e provocando o público presente no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari. Mestre em Gestão e Desenvolvimento pela University of Westminster, Inglaterra, ela leciona na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), parceira da Secretaria da Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos (Smarh) no evento. A palestra é uma das iniciativas do Projeto Gestão de Ativos, do Departamento de Administração dos Recursos Humanos, e foi aberta a todos os funcionários, contando ainda com as parcerias da Divisão de Pessoal e Desenvolvimento de Recursos Humanos e do Departamento Administrativo.

 

Logo de início, a palestrante avisou: tentaria desmistificar o senso comum, que associa empreendedorismo somente à formação de empresas, sem perceber a possibilidade de exercê-lo em outras esferas. E antecipou questionamentos: “Janaína, tu estás dizendo pra gente ser empreendedor num governo que parcela os salários, que não nos paga? Mas como?” A resposta estaria nos benefícios dessa postura para a vida do próprio funcionário, com reflexos em sua carreira e na saúde pessoal, evitando distúrbios como depressão, ansiedade, fobias. Bacharel em Administração de Empresas pela PUC e doutoranda em Políticas Públicas na Ufrgs, Janaína é uma profissional com experiência diversificada: antes de integrar o quadro permanente da Uergs, deu aulas na PUC, na Unisinos e na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM Sul); atuou na elaboração de planos de negócios e na implementação de novos negócios na Carneiro Business Consultancy. Seu currículo inclui também gestão de institutos e organizações sem fins lucrativos, monitoramento e avaliação de impacto de programas de desenvolvimento econômico e social, entre outras experiências.

 

“Refutamos a palavra 'empreendedorismo' no serviço público até por uma tradição católica”, afirmou. Países com tradição protestante são mais afeitos à ideia de empreender, disse a professora, pois não compartilham de uma visão negativa envolvendo o ganhar. “Isso tem sido monitorado há no mínimo 15 anos”, acrescentou. Janaína apontou equívocos do senso comum tanto com relação ao ato de empreender quanto ao que se imagina ser a postura dos servidores. O empreendedor muitas vezes é visto como alguém egoísta, interessado apenas em dinheiro, um capitalista predador. Já o funcionário público, como uma pessoa que só quer segurança e estabilidade, sem disposição para o trabalho nem vontade de se aprimorar, incapaz de se importar com o todo. O serviço público, assim, não daria possibilidades de crescimento nem opções para lutar por mudanças. A partir dessa premissa, há quem acredite que “lugar de empreendedor não é no serviço público”.

 

Ao refutar essa ideia, Janaína defende um Estado empreendedor, com visão de longo prazo, fomentador da pesquisa; e servidores também dispostos a empreender. O empreendedor, define, é gente que faz, e faz com resultados para si e para o todo – cria algo novo e com valor para a sociedade. O Estado teria hoje essa atuação? A professora responde à sua própria pergunta: “Não. Acho que não leram a literatura sobre o assunto.” A inovação, sustenta, não deveria ser particularidade de empresas, pois pode se fazer presente na forma como são conduzidos os recursos públicos, nos investimentos governamentais, na cooperação e no relacionamento internacional. É preciso inovar na universidade, em ações de educação continuada, pequisa, extensão, nas formas de relacionamento e no ambiente. Para o final da palestra, Janaína reservou um provérbio chinês: “Procure acender uma vela em vez de amaldiçoar a escuridão.”

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