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Exportações do Estado atingem US$ 4,7 bilhões no primeiro trimestre de 2025

Valor representa aumento de 10,9% em relação ao mesmo período de 2024 e é o terceiro maior da série histórica

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As exportações do Rio Grande do Sul atingiram US$ 4,7 bilhões no primeiro trimestre de 2025, valor 10,9% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. O crescimento equivale a US$ 462,4 milhões em termos absolutos. Com o avanço, o total exportado pelo Estado de janeiro a março de 2025 representa, em termos nominais, o terceiro maior da série histórica, iniciada em 1997. 

Os dados foram divulgados nesta terça-feira (6/5) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG). O estudo, realizado pelos pesquisadores Ricardo Leães e Flávia Barbosa, aponta que o crescimento das vendas contrasta com a queda média de 5,1% de todas as unidades da federação no período analisado.

Ainda que o Rio Grande do Sul siga na sétima posição entre os Estados exportadores (atrás de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Paraná e Pará), sua participação relativa saltou de 5,5% para 6,5% em relação ao ano anterior.  

Os principais produtos exportados pelo RS nos três primeiros meses de 2025 foram: fumo não manufaturado (US$ 602,8 milhões), cereais (US$ 573,4 milhões), carne de frango (US$ 340,9 milhões), farelo de soja (US$ 271 milhões), celulose (US$ 267,0 milhões) e soja em grão (US$ 242,3 milhões).  

Destaques

No primeiro trimestre de 2025, os produtos que apresentaram os maiores crescimentos absolutos nas exportações do Estado foram soja em grão (mais US$ 103,5 milhões; crescimento de 74,5%), cereais (mais US$ 93 milhões; 19,4%), celulose (mais US$ 41,4 milhões; 18,4%), carne de frango (mais US$ 38,0 milhões; 12,5%) e carne suína (mais US$ 33,2 milhões; 27,7%). 

Em contrapartida, farelo de soja (menos US$ 34,6 milhões; -11,3%), madeiras em bruto e manufaturas de madeira (menos US$ 31,2 milhões; -28,9%) e colheitadeiras (menos US$ 15,3 milhões; -40,4%) foram as três mercadorias com as maiores quedas nas exportações.  

Principais destinos

Entre janeiro e março de 2025, o RS exportou para 188 destinos. Mais uma vez, a China manteve-se como a principal compradora, com o percentual de 15% das vendas. União Europeia (11,1%), Estados Unidos (9,9%), Argentina (7%), Vietnã (5,6%), Indonésia (3,5%), Arábia Saudita (3,4%) e México (2,9%) completam o ranking. Os países que mais contribuíram para a queda geral das vendas foram Filipinas, União Europeia, Japão e Tailândia. 

Conjuntura

De acordo com o estudo elaborado pelo DEE, a missão oficial do governo brasileiro para Japão e Vietnã, realizada em março deste ano, deverá trazer consequências positivas para as exportações do RS. “O governo brasileiro concluiu mais de 80 acordos de cooperação com japoneses e vietnamitas, com a perspectiva de estreitar vínculos econômicos e comerciais”, explica Leães no documento.  

Entre as medidas assinadas, destaca-se a autorização para que o Brasil exporte até 300 mil toneladas de carne bovina para o Vietnã. “A participação relativa do país asiático nas exportações gaúchas, entre 2018 e 2024, subiu de 0,8% para 3%, tornando-o o sexto principal importador de produtos do Rio Grande do Sul”, destaca o pesquisador.  

Quanto à Argentina, as exportações para o país vizinho voltaram a crescer a partir de julho de 2024, com altas mensais em comparação ao mesmo período do ano anterior. Entretanto, intervenções recentes na economia argentina indicam um cenário desafiador para a manutenção da tendência positiva. 

“Assim como a valorização cambial de 2024 provocou uma elevação das importações argentinas de produtos gaúchos, pode-se esperar que a provável desvalorização atue em sentido contrário”, aponta Flávia. A perspectiva, se confirmada, afetaria principalmente os setores de autopeças, calçados, produtos químicos, fumo manufaturado, colheitadeiras e automóveis. 

Outro desafio para as exportações do Estado é a guerra comercial imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ao Brasil, foi anunciada a tarifa de 10% sobre todas as mercadorias vendidas ao país. Diante do quadro complexo, o Boletim de Exportações apresenta três desdobramentos que podem se tornar viáveis em médio e longo prazo.  

O primeiro deles cogita o aumento da exportação de produtos gaúchos para os EUA caso as tarifas de outros países sejam maiores do que as brasileiras. O segundo prevê a elevação das vendas para a China em setores nos quais o RS compete com os Estados Unidos. Por fim, é possível o crescimento nos preços de commodities exportadas pelo Estado.

Texto: Karine Paixão/Ascom SPGG
Edição: Felipe Borges/Secom

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