Fortalecimento de relações com Renânia-Palatinado valoriza segmentos industriais gaúchos
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No seu encontro com a secretária da Economia, Agricultura, Transporte e Vitivinicultura, Daniela Schmitt, nesta terça-feira (18), em Mainz, na Renânia Palatinado, o governador José Ivo Sartori propôs fortalecer a cooperação para integrar segmentos industriais gaúchos em cadeias globais de valor - por meio de associações de empresas ou clusters. Entre as áreas de interesse estão as da chamada indústria 4.0 - que tem por visão 'fábricas inteligentes', com suas estruturas modulares, e do setor de viticultura - a região alemã é conhecida pela produção de vinhos e espumantes. O governador reforçou o convite para que empresários e representantes alemães venham ao Rio Grande do Sul em novembro. "É o começo de uma boa caminhada. Temos uma boa organização no setor da uva e do vinho e podemos evoluir bastante. Já evoluímos muito", afirmou.
A secretária manifestou entusiasmo com a vinda ao RS, onde poderão ser aprofundadas as análises sobre possíveis áreas de interesse para a integração e troca de experiências. Segundo ela, a relação com o RS existe desde 2009 e é considerada muito positiva pela dirigente alemã. Outro ponto de interesse pode vir da produção de máquinas agrícolas - o RS responde por cerca de 65% da produção brasileira. Conforme o secretário do Desenvolvimento Econômico, Fábio Branco, o desenvolvimento da indústria 4.0 é estratégico para o estado. Ainda que boa parte do estado seja rural, o governo investe fortemente no desenvolvimento tecnológico, buscando a integração da pesquisa com a indústria. A política econômica para as pequenas e médias empresas é prioritária.
A produção de vinhos e espumantes é ponto de interesse convergente entre os dois estados. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de uva do Brasil e responde por cerca de 90% do total nacional, conforme o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Em terras gaúchas, há em torno de 15 mil propriedades de viticultura que abrangem área total de 40 mil hectares. A maior parte delas está localizada na Serra e na Região da Campanha, na Metade Sul. Das 13 regiões produtoras de vinho alemãs, seis localizam-se na Renânia-Palatinado. Mainz pode ser considerada a capital da indústria vinícola do país e reconhecida mundialmente.
A Renânia-Palatinado é um dos estados alemães mais fortes no comércio internacional e possui uma sólida base industrial. Os setores de maior destaque na economia são as indústrias química, farmacêutica, de autopeças e de produção de vinhos. Outros produtos característicos da região são os metais preciosos, cerâmicas, copos e couro. A companhia que gera mais postos de trabalho é a BASF. As empresas Boehringer Inge-lheim, Joh. A. Benckiser, SGE e Schott compõem, junto com a BASF, as cinco maiores do estado.
Participaram da audiência o secretários Carlos Búrigo (Geral de Governo); a presidente do Badesul, Susana Kakuta; e o deputado estadual João Fischer.
Texto: Eliane Iensen, de Mainz, na Renânia Palatinado, Alemanha
Edição: Léa Aragón/ Secom