Novo estudo confirma RS com o menor excesso de óbitos do país durante a pandemia
Taxa de mortalidade por Covid-19 no RS é menor que importantes países europeus
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Além de estar entre as menores taxas do país em termos de mortes por Covid-19 para cada grupo de 100 mil habitantes, o Rio Grande do Sul segue registrando o mais baixo percentual do chamado excesso de óbitos: o número de falecimentos por diferentes causas naturais além do esperado desde o início da pandemia alcançou apenas 2,2%, quando no Brasil este percentual ficou dez vezes mais alto (22,4%). Na prática, mesmo com as mais de 4.700 mortes causadas pelo novo coronavírus, estima-se que o estado tenha 826 perdas além das esperadas para este período. Em termos nacionais, o excesso de óbitos ultrapassa os 118 mil casos.
Comparando aos demais estados da região Sul, Santa Catarina e Paraná têm números proporcionalmente três vezes maiores. O estado do Amazonas está no topo, com um percentual de 74%. Em números absolutos, São Paulo aparece com o maior contingente em termos de diferença entre óbitos projetados e observados desde fevereiro deste ano: 18.443 (15,1%).
Os números fazem parte de uma etapa do levantamento organizado pelo Comitê de Dados do governo no enfrentamento da Covid-19. O monitoramento resulta de uma parceria de técnicos do Departamento de Economia e Estatística (DEE/SPGG), Impulso e Vital Strategies e aponta para os resultados que RS vem alcançado em preservar vidas neste período. Entre 15 de março (primeiro registro de morte no Brasil por Covid-19) e 8 e agosto, houve 826 falecimentos por diferentes causas no estado acima do total esperado.
Para a coordenadora do Comitê de Dados, Leany Lemos, o comportamento do excesso de óbitos no estado mostra que todo o esforço neste período alcançou resultados positivos. “No início da pandemia, o grande desafio era achatar a curva de novos casos da doença para que fosse possível avançar na estrutura de atendimento da saúde. Chegar no estágio atual e ver que nenhum paciente ficou sem atendimento em leito de UTI mostra que o estado preservou vidas ao máximo diante da Covid e cuidou bem das demais doenças”, destacou Leany Lemos. Ela acrescentou que, durante a pandemia, o RS conseguiu dobrar a capacidade de leitos de UTI disponíveis via SUS.
Taxa Covid-19
Caso o RS reproduzisse aqui as mesmas taxas de mortalidade do país, o número de óbitos por Covid-19 estaria hoje ao redor de 7.800 registros. O estudo aponta também que o estado tem uma das menores relações entre o total de óbitos e a população acima de 50 e de 60 anos de idade, ficando atrás apenas de Minas Gerais. O RS tem percentualmente a população mais idosa do país.
Com 42 óbitos causadas pela Covid-19 a cada grupo de 100 mil habitantes, o RS vem apresentando um desempenho muito mais favorável que importantes países europeus, como é o caso da Espanha (taxa de 67), Reino Unido (62), Itália (59) e França (49). O mesmo ocorre, conforme números apurados até o final de setembro, na comparação com o Chile (taxa de óbitos de 66 para cada 100 mil habitantes) e até os EUA (taxa de 62). Entre as nações selecionadas pelo estudo, o RS ficaria atrás de Argentina (35), Portugal (19), Alemanha (11) e China (8).
Texto: Pepo Kerschner/Ascom SPGG