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Tarso defende reforma política e diz que sistema atual está superado

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Governardor Tarso Genro voltou a defender a reforma política. - Foto: Caco Argemi/Palácio Piratini

Disposto a discutir o impacto das manifestações registradas nos últimos meses no Brasil, o Governo do Estado promoveu nesta segunda-feira (22), no Palácio Piratini, o debate "As Vozes das Ruas". O governador Tarso Genro destacou a importância das mobilizações por reivindicações em áreas como a Saúde e da Educação, mas ressaltou que existe uma crise estrutural no sistema representativo político.

A iniciativa, que reuniu o jornalista e sociólogo, Marcos Rolim, o jornalista Marco Aurélio Weissheimer e o escritor Luís Augusto Fischer, contou ainda com a participação de representantes da sociedade civil. O chefe do Executivo defendeu a necessidade de uma reforma ampla do sistema político atual. "Ele está vencido, superado, não tem mais condições de, pela mera delegação eleitoral, representar aquilo que se forma na sociedade, seja através da espontaneidade dos movimentos seja através de um certo nível de organização política que alguns movimentos sociais, movimentos de massa, representam".

Insatisfeito com as últimas movimentações no Congresso, o governador disse que uma "maioria conservadora" tenta impedir a reforma. "Está evidente que o sistema político atual está escravizando a democracia, está restringindo a democracia, que não consegue mais abrigar a sua densidade, a sua pluralidade. Mas o Congresso, pela sua maioria conservadora vai amorcegar a reforma política, não vai fazer a reforma política". Tarso reiterou que o objetivo do debate é reunir ideias e sugestões para contribuir para as mudanças nas instituições democráticas do país. "Vamos usar todos os meios legais, lícitos, permitidos na nossa constituição para ouvir, provocar, dialogar, denunciar e colocar publicamente sempre essas posições".

Mais do que propor mudanças pontuais, Rolim disse que os movimentos políticos não-partidários poderiam construir plataformas legítimas e apresentar candidaturas avulsas ou listas independentes de candidatos ao Parlamento tanto quanto os partidos. "Deveríamos propor um conceito novo de política, algo que pudesse expressar a ruptura com o antigo modelo, e construir uma engenharia que premiasse a virtude. No centro desse conceito deveríamos localizar a política como disputa de ideais e a representação, como honra. A noção da política como disputa de ideais serviria para que todas as escolhas fossem feitas com base em programas, o que exige a quebra do monopólio dos partidos na representação".

Luís Augusto Fischer destacou que as mobilizações exigem mudanças imediatas e citou o exemplo da redução das tarifas do ônibus. Apesar de reconhecer que as manifestações em todo Brasil surpreenderam a população, o escritor disse que os movimentos são legítimos e não têm caráter golpista. "As mobilizações cresceram a partir de setores da classe média urbana". Weissheimer afirmou que a população pode reivindicar melhorias de diversas formas. "Há várias vozes se manifestando nas ruas do Brasil e elas envolvem uma forte crítica ao sistema político brasileiro".

Texto: Felipe Samuel
Foto: Caco Argemi/Palácio Piratini
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305

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